Por Isabela Bolzani - Diário Comércio Indústria e Serviço
Publicado em 15/05/18 às 05:58
A restrição no crédito bancário somados aos prazos mais longos e taxas mais baratas do produto tem atraído a atenção de empreendedores de diversos setores para a ampliação de seus negócios
A demanda de empresas pelo consórcio imobiliário tem ganhado força. Com restrição no crédito bancário e expectativa de melhora econômica, tendência é que produto tenha cada vez mais visibilidade entre pessoas físicas e jurídicas.
Segundo os últimos números da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac), quase 10% da carteira total já são representados por pessoas jurídicas.
“O movimento tem se intensificado não só pela dificuldade de liberação de crédito no sistema bancário, mas também pela maior conscientização financeira que a crise trouxe e pela necessidade de pagar um valor mais justo pelo imóvel comprado”, explica a diretora e superintendente da Ademilar, Tatiana Reichmann.
Ela reforça ainda que a demanda independe da área de atuação dos empresários. “Só na Ademilar, 40% dos clientes são pessoas jurídicas que apostam desde clínicas médias e escritórios de advocacia até escolas e pequenos hospitais”, diz a executiva.
Ainda segundo a Abac, só no primeiro trimestre houve um aumento de 8% na venda de novas cotas de consórcios imobiliários em relação ao observado em igual período de 2017, de 51,4 mil para 55,5 mil.
Já no volume de créditos disponibilizados na mesma base de comparação, por sua vez, o aumento foi de 10,3%, de R$ 6,8 bilhões no ano passado para R$ 7,5 bilhões.
Segundo o diretor da Porto Seguro Consórcio, William Rachid, além dos prazos serem maiores, outro atrativo bastante importante do produto são as taxas, consideravelmente mais baratas do que as praticadas em financiamentos.
A média das taxas de administração exercidas no mercado varia entre 18% e 20% do valor do crédito e é diluída no período de duração de contrato (o equivalente a 0,15% ao mês em uma cota de 120 meses, por exemplo).
No financiamento, segundo dados do Banco Central, a taxa mensal dos financiamentos imobiliários para pessoas jurídicas ficam em 0,93%. Para pessoas físicas, é de 0,7%.
“Apesar das incertezas que o ano pode trazer, estamos bastante otimistas de que o consórcio deve se fortalecer ainda mais em 2018”, comenta o diretor da Porto, afirmando que só no primeiro trimestre, os crescimentos registrados pela companhia foram de 12% para novas cotas e alta de 24% em créditos disponibilizados.
Opção de investimento
Ao mesmo tempo, outro fator que tem elevado a busca pelo consórcio imobiliário, segundo os especialistas, é o uso do produto como uma forma de investimento – tanto para diversificação de carteiras como uma alternativa mais barata à previdência privada.
Para o presidente da Abac, as expectativas nesse cenário, portanto, são positivas. “A possibilidade de deixar o dinheiro aplicado após contemplado ou de ter reajustes baseados em índices de construção quando ainda consorciado, por exemplo, têm feito o produto se destacar como investimento. E essa é também uma tendência para este ano”, conclui Rossi.
Segundo Rachid, da Porto Consórcio, o movimento na companhia começou desde o ano passado, com investidores entrando em contato para avaliar o produto como oportunidade de investimento.
“É, sem dúvida, uma forma de planejar recursos futuros de uma forma que vale a pena. A demanda vem desde aplicadores que querem diversificar a carteira como de quem quer ter mais recursos no futuro”, acrescenta o executivo.
Fonte: Diário Industria Comercio e Serviço. Demanda de empresas por consórcio imobiliário crescerá ao longo de 2018.
Disponível em https://www.dci.com.br/financas/demanda-de-empresas-por-consorcio-imobiliario-crescera-ao-longo-de-2018-1.706615. Acesso em 22.mai.2018